O Salão de Xangai nunca despertou tantos olhares como nesse ano. Além de ter sido palco de 13 lançamentos mundiais, o salão está sendo marcado pela presença em massa das famosas cópias. Assim como acontece com os eletroeletrônicos, os automóveis também são alvo de “imitações” na China. O motivo? Além da falta de criatividade, o país não reconhece patentes internacionais o que faz com que as montadoras simplesmente copiem o que é reconhecidamente um sucesso comercial. Abaixo você confere os principais “genéricos” presentes no evento chinês.
Lifan 320
O 320 é um compacto chinês produzido pela Lifan, montadora bastante famosa no ramo dos clones. Cópia clara do clássico Mini Cooper, o modelo estava chamando bastante atenção no estande da marca, não só por ser um genérico mas também pelo cartaz que estava localizado logo atrás dele. No anúncio o slogan “Inovação Lifan. Qualidade Lifan” estava escrito em letras garrafais à vista de qualquer um que passasse pelo local. Pois é, sem nenhum constrangimento a fabricante exibiu seu veículo – que classificou como “inédito” – para o público do mundo inteiro.
Afim de disfarçar sua inspiração no clássico inglês, o chinês apresenta quatro portas e pequenos mudanças nos faróis, modificações que só fizeram piorar (e muito) seu design. Na China, o 320 é equipado com um propulsor de 1.3l que rende modestos 80 cv. Para ir de 0-100 km/h o “Mini chinês” gasta 14,5 s e têm velocidade máxima limitada eletronicamente em 155km/h.
Geely GE
Outro inglês que virou vítima da pirataria chinesa foi um luxuoso Rolls-Royce. Aparentemente um Phanton modificado, o GE (sigla que vêm de Geely Excellence) é apenas um conceito mas sua versão de produção é aguardada para daqui a dois anos. A limusine vem chamando bastante atenção no estande da Geely, talvez pelo design mas também por ser uma imitação sem aquelas adptações improvisadas, tradicionais nos clones chineses.
Na dianteira a grade do radiador e a imagem sobressaindo dela são clássicas do sedã britânico. Como diferencial, o três volumes chinês mede 5,3 metros (meio metro a menos que o Phanton), 3,1m de entre-eixos e tem portas traseiras convencionais, no lugar das suicidas. Além disso, a limusine oriental tem banco para apenas um passageiro, exclusividade necessária para que ele se sinta um verdadeiro imperador sentado em seu trono.
Como tecnologia não muito fácil de se copiar, o clone chinês é desprovido de mimos e acabamento de alta qualidade presentes no modelo original. Quanto à parte mecânica, as disparidades são ainda maiores, principalmente sob o capô. Ao invés de utilizar um potente V12, a imitação dispõe de um “mero” bloco V6 de 3.5l que rende 277 cv de potência.
JiangLing LandWind X8
Juntamente com as conterrâneas Great Wall, Chery e Geely a Jiangling é bastante conhecida no cenário internacional. Toda essa popularidade vêm da falta de segurança de seus modelos, que na Jiangling teve o SUV X6 como caso especial. Assim que chegou ao mercado europeu, o utilitário foi submetido a testes de segurança. Com o resultado catastrófico que obteve, a impressão de fragilidade nos modelos da marca foi imediata. A montadora então, visando reverter a situação, criou um novo modelo, o X8. Com clara e inegável inspiração no Mitsubishi Outlander, o X8 também está marcando presença em Xangai.
Os fortes linhas do crossover japonês se concentram principalmente na lateral. Nas portas foram acentuados novos vincos, mas o desenhos das janelas entregam sua identidade original. A frente também foi modificada com faróis, grade e para-choque remodelados. As rodas, inclusive, são bastante semelhantes às da nossa Pajero Sport. Não há fotos da traseira, portanto, não pode-se inferir nada a seu respeito. O interior também não foi mostrado, mas especula-se que o acabamento seja de boa qualidade, uma vez que o X8 será vendido no mercado europeu.
Quanto aos motores, o SUV chinês é bastante moderno. A boa gama inclui um bloco turbodiesel de 2.5l capaz de gerar 143 cv e um 2.8l gasolina – também presente em modelos da Chrysler – que pode gerar 150 ou 163 cv de potência. Uma enorme evolução em relação ao veterano propulsor turbodiesel de 2.8l e 90 cv que equipava o frágil X6.
Haima M2
Afim de aumentar sua participação no mercado chinês, a Haima “criou” (leia-se clonou) novos modelos. Ela apresentou em Xangai o hatch M2, que não passa de um Mazda2 pirateado. A marca nem mesmo foi criativa na hora de criar seu próprio logotipo, cuja forma é bastante similar ao da Mazda.
Por não possuir um alto nível de equipamentos e motores não muito eficientes, o M2 será concorrente do Chery A1 (que será vendo por aqui em breve) e do Geely King Kong. Lá o genérico estará disponível com dois motores a gasolina, um 1.3 e o 0utro 1.5 litros. O primeiro desenvolve 96 cv, enquanto o segundo chega a 108 cv de potência. Em todos os casos, a trasmissão é manual de cinco velociades.
Geely Emgrand EX825
Outro clone da Geely presente em Xangai é o crossover Emgrand EX825. Como de costume, este modelo recebeu apenas pequenas mudanças estéticas para se distanciar do produto original, o Toyota RAV4. A parte frontal não lembra o SUV japonês, pois foram empregados novos faróis e para-choque. A lateral ganhou para-lamas maiores e novos vincos nas portas, no entanto, a área envidraçada permanece com o mesmo desenho do veículo original. A traseira, por sua vez, perdeu o estepe mas manteve o desenho das lanternas bastante semelhante.
Com 4,83 metros de comprimento, o EX825 pode acomodar até sete passageiros. Sob o capô, o único propulsor disponível é um 2.4i 16v que acoplado à uma transmissão manual de seis velocidades rende 160 cv. De série o clone traz controle de estabilidade, airbags frontais, laterais e de cortina, freis BAS com EBD, crontrole de tração, ar-condicionado automático, trio elétrico, sensor de estacionamento e etc. Espera-se ainda que a montadora conquiste novos consumidores na Europa.
Great Wall Hover M1
A partir de agora, a gama de SUVs da Great Wall ganha mais um integrante, o Hover M1. Esse pequeno SUV deriva do compacto Peri, que não passa de uma Fiat Panda transformado. A montadora chinesa foi inclusive multada e proibida de vender sua cópia na Itália. Mesmo assim não se convenceu e insiste em criar modelos genéricos.
Com 3,6 metros de comprimento, o min SUV é equipado com um sistema de tração integral similar ao do modelo italiano. Assim como no modelo original, a frente é agressiva e diferenciada. Para tentar disfarçar sua origem, utilitário oriental apresenta molduras de plástico – com formato um tanto diferenciado – nas caixas de rodas e faróis arredondados. Acoplado à uma trasmissão manual de cinco marchas, o motor 1.3l gera 87 cv de potência.
Por Dyogo Fagundes